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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Presença Dehoniana na Educação em Brusque

PRESENÇA DEHONIANA NA EDUCAÇÃO EM BRUSQUE

 

Karina Santos Vieira*

 

 

1. PADRES DEHONIANOS: EM CONTEXTO

Para dar inicio a história da trajetória dos Padres Dehonianos em Brusque, farei, primeiramente, uma breve contextualização sobre a Congregação a qual os padres pertencem.
A Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus foi fundada na França, na cidade de Saint’Quentin, dia 28 de junho de 1878 pelo Padre Leão Dehon. Em poucos anos Pe. Dehon transpôs a fronteira da França e criou casas de formação religiosa na Holanda, Alemanha, Itália e, em seguida América, África e Ásia.

 Padre Jean León Gustave Dehon

A vinda dos Padres SCJ ao Brasil, mais precisamente em Santa Catarina, tornou-se realidade como escreve Pe. Stolte, em carta enviada para Alemanha, traduzida e publicada abaixo:

Porém, os sacerdotes eram ainda poucos para o número de habitantes que crescia e se multiplicava entre os imigrantes e descendentes de origem alemã, polonesa e italiana (estes últimos a partir de 1875) em Santa Catarina. Para preencher essa lacuna, Monsenhor Topp dirige-se novamente ao espírito missionário da Igreja de sua terra natal. Por sua intermediação, chega ao superior da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus na Alemanha a correspondência do Bispo de Curitiba com o pedido de fornecer missionários para trabalhar na ″Vinha do Senhor″ entre os colonos alemães em Santa Catarina.[1]


Para o Brasil Meridional, Padre Dehon, após análise do pedido do Pároco Topp, enviou dois missionários alemães: Pe. Gabriel Lux scj e Pe. José Foxius scj que chegaram em Santa Catarina, na cidade de Desterro, atual Florianópolis, em 15 de julho de 1903, sendo os pioneiros Dehonianos no Sul do Brasil.

Padres Gabriel Lux e Josef Foxius

Apresento aqui o trecho final da carta que Pe. Lux escreveu antes de desembarcar no Porto de Paranaguá – PR, traduzido do alemão para o português pelo Diretor do Arquivo Provincial Padre Lux - Appal[2].

[...] Hoje, Domingo, dia 12 de Julho [1903], Está prevista a nossa chegada a Paranaguá, donde, embarcados em navio costeiro, prosseguiremos viagem até Desterro. Realmente, lá em baixo, contra os longinquos azuis, vemos, pelo óculo-de-alcance, os contornos escuros do Planalto Paranaense. Lá situa-se Curitiba, a sede episcopal.Lá se encontra, pois, a terra dos nossos anseios e de nosso destino. O vasto campo de nossas atividades. É de coração que te saudamos, ó Terra Brasileira, nova pátria dos padres do Coração de Jesus! Não te cobiçamos os tesouros e as riquezas. Para cá viemos, não para deixar-nos em contínua admiração pelas tuas belezas naturais. É propósito nosso, consagrar as nossas energias sacerdotais tão somente à grande obra da Propagação e do Fortalecimento da Fé Católica. Urge, agora, arrumar a bagagem. Despedir-nos do bom “Maceió”, último pedaço flutuante da pátria. Despedir-nos dos simpáticos oficiais e, de modo especial, do sincero comandante Ohlerich. Dos bravos marinheiros e dos amáveis companheiros de viagem. Bem como dos amigos que ficaram na pátria. Chegou a hora de cessarem as alegres conversas, pois o dever, o suado labor nos chama. Tudo de bom para vocês, queridos amigos! Tudo de bom para vocês, queridos alunos da Escola Apostólica! Procurem tornar-se bons e valorosos sacerdotes do Coração de Jesus, a fim de que, em breve, possam, lado a lado conosco, ou em nosso lugar, trabalhar Na Vinha do Senhor que, lá ao longe, se estende ante nossos olhos. Não se esqueçam de nós, quando em oração diante do Tabernáculo do senhor e diante da imagem da Mãe de Deus! Saudações Mil! Pe. Lux e Pe. Foxius[3].



Com esta missão que diz a carta de: “consagrar as nossas energias sacerdotais tão somente à grande obra da Propagação e do Fortalecimento da Fé Católica” que os padres se empenhavam muito pela educação nas colônias catarinenses, principalmente nas cidades de Florianópolis, Itajaí, São Bento do Sul e Paraty (hoje Araquari). Em Desterro não ficaram por muito tempo, logo foram solicitados em Brusque.

2. PADRES DEHONIANOS: EM BRUSQUE

 

2.1ESCOLA PAROQUIAL E GRUPO ESCOLAR


A história da educação católica em Brusque começou a ser desenhada em 1903 quando o padre diocesano Antônio Eising, Vigário Paroquial de Brusque, (1892 – 1904), junto com Pe. Josef Sundrup, fundaram a Escola Paroquial Santo Antônio. O objetivo da escola paroquial era de promover a educação da comunidade católica. As primeiras professoras foram as Irmãs da Congregação da Divina Providência, que eram de origem alemã. As escolas, de forma geral, eram precárias e poucas para atenderem o número elevado de crianças existentes nas colônias como ressalta Pe. Thoneick:

As condições escolares não eram igualmente nada consoladoras. Na cidade de Itajahy havia apenas duas escolas: uma para meninos e outra para meninas, cada qual com um professor. Método de ensino conforme o sistema da época: o professor ensinava cada um em separado, enquanto os demais alunos aprendiam sózinhos em voz alta.[4]


A escola teve inicio na Casa Peiter (antiga casa da Família Krieger), prédio alugado na rua principal da cidade, infelizmente hoje já não existe mais, permanecendo somente na memória e nas imagens salvaguardadas pelas famílias brusquenses. No primeiro andar residiam as Irmãs Oda e Friedburga: as primeiras mestras enviadas para Brusque pela Congregação das Irmãs da Divina Providência. Missionárias da Alemanha estabeleceram-se em Florianópolis e em várias outras cidades catarinenses.
Em outubro de 1905, o Superior da missão, Padre Gabriel Lux, resolveu apresentar, um plano que ele havia elaborado: tinha a vontade de construir, na Colônia de Guabiruba, uma Casa-Mãe da missão. Onde os padres de Brusque e os de Porto Franco (atual Botuverá), pudessem refazer suas energias espirituais e físicas. Ao lado desta Casa, haveria uma Escola Agrícola. A constituir-se em benção para toda a Colônia. Anexo à Escola, um Centro de Catequese, a servir de internato, durante alguns meses ao ano, para crianças em curso de preparação à Eucaristia. E quem sabe construir um Pequeno Seminário Menor. Mas Padre Gabriel Lux sempre se perguntava: Quando terei condições de realizar esse plano?
Mas com vontade de realizar esses planos, que por volta de 1905, com a solicitação do Padre Gabriel Lux, aportaram aqui em Brusque os padres: Vilibaldo Jonkmann, José Rogmann e Guilherme Thoneik, para serem professores no seminário e ao Padre Jonkmann caberia a principal tarefa de dirigir os trabalhos iniciais da fundação do Pequeno Seminário Menor.

Padre Dehon em Brusque

Por volta de 1906, Padre Dehon, em visita à Brusque, aprova a compra de um terreno nas proximidades da Igreja Matriz, para a construção da Casa Central da Missão.  E em anexo, um pequeno Seminário Menor. Mas tudo isso trouxe novamente a interrogação, de onde virão tantos recursos? Na ocasião, Padre Gabriel Lux comentava: “Uma vez que a nossa missão, não tem condições de auferir lucros, confiamos a nossa construção à generosidade da população [...].” [5]
Mas no inicio não se tinha muita expectativa de vocações em Brusque, e foi assim, que pouco a pouco foi se perdendo a confiança de construir um seminário nesta cidade. E em 1907, a esperança de construir um pequeno seminário fracassou, e o terreno a qual seria designado para a construção do Seminário foi destinado a Escola Paroquial Santo Antônio, inaugurado depois em 1909, que contou com a presença e a bênção do Bispo Dom João Becker, que “[...] procedeu à inauguração do novo prédio escolar. A imponente construção, uma verdadeira honra para a cidade. [...] e depois falou sobre a importância da obra na educação da juventude.” [6]




* Mestranda em Educação pela Universidade do Estado de Santa Catarina- UDESC (2009-2010). Bolsista CAPES. Especialização em Orientação, Supervisão e Gestão Educacional pelo ICPG (2006) e Graduação em História pela UNIFEBE (2003).
[1] DIRKSEN, Valberto. Presença e Missão Dehoniana no sul do Brasil (1903-1913): Os Pioneiros. Florianópolis: Lagoa, 2004, p. 15.
[2] Arquivo anexo ao Convento SCJ de Brusque, fundado em 1984 pelo atual diretor Pe. Eloy Dorvalino Koch scj.
[3] LUX, Pe. Gabriel; FOXIUS, José. Relato de viagem dos padres Lux e Foxius. Trad. Pe. Eloy Dorvalino Koch,1903, p. 2.
[4] THONEICK, 1935, p. 2
[5] (LUX, ANO, P).
[6] LINDGENS, Pe. Henrique. A visita do Bispo a Brusque. In: DIRKSEN, Valberto. Presença e Missão Dehoniana no sul do Brasil (1903-1913): Os Pioneiros. Florianópolis: Lagoa, 2004, pp. 325-326.

Dom João Becker abençoa a Escola Paroquial Santo Antônio


Padre Antônio Eising

Padre José Sundrup

Padre Guilherme Thoneick




Figura 1: Foto do 1º prédio da Escola Paroquial Santo Antônio (1903), “Casa Peiter”

Figura 2: Foto do 2º prédio da Escola Paroquial Santo Antônio (1909)


Com o passar dos anos a escola foi evoluindo e, em 1936, era fundada a Escola Normal Primária, em breve substituída pelo Curso Primário Complementar. O educandário cresceu e em 1942, passou a ser conhecido como Grupo Escolar Santo Antônio. Irmã Ludgéria foi a primeira Diretora. O Grupo também mantinha curso de música, trabalhos manuais e datilografia. Já havia salas para o Jardim de Infância.  Em 1949, foi fundado o Curso Normal Regional Luiz Sanches Bezerra Trindade. Razão pela qual as Irmãs abriam um internato para quase duas dezenas de moças estudantes.
Durante a década de 1950, outras escolas foram fundadas pelos padres Dehonianos, aos quais eram responsáveis pela paróquia São Luís Gonzaga, tais como: Escola de Agricultura e Comércio, Escola Técnica de Comércio São Luiz e o SENAC. Em 1953, os padres dehonianos “foram obrigados a assumir a formação da Juventude, com a criação de um ginásio [...]. Tal iniciativa estava relacionada com várias circunstâncias, principalmente pela firmação do ensino católico na cidade de Brusque, em virtude da forte influência de estabelecimentos não católicos”[1], denominando então, Ginásio e Escola Normal São Luiz que iniciou seus trabalhos em 1954.
De 1955 a 1958, o antigo Santo Antônio, sempre apoiado pelo generoso povo brusquense, passou por novas ampliações, construindo uma capela dentro da escola. E também na década de 1958, foi instalado o Curso Ginasial. Todas essas escolas foram crescendo e exigindo a fundação do Curso Normal de 2º Ciclo, que mais tarde passou a funcionar no Ginásio São Luiz.[2]


2.2. ESCOLA DE AGRICULTURA E COMÉRCIO


Em 1931, Pe. Germano começou a luta pela fundação da “Escola de Agricultura e Comércio”, que incluía o curso ginasial. A primeira escola no gênero em nosso Estado. Na presença de um grande público, foi lançadas, aos 7 de fevereiro de 1932, a pedra fundamental da Escola, que seria a “Casa São José”, com várias salas de aula no primeiro andar e espaçoso salão  de festa, hoje é conhecida como “Galeria São José”. Sem esquecer-se das colaborações de várias personalidades: Prof. Alberto Laun, Dr: Emílio Williems (sociólogo), Otto Schaefer, Edgar Von Buettner, Dr; Guilherme Reunax e outros.


[1] SCHMITT, Pe. José Francisco. Dehonianos no sul do Brasil: 100 anos de presença e missão – 1903-2003. São Paulo: Nywgraf, 2003, p. 90.

[2] KOCH, Dorvalino. Crônicas Escolares Católicas (1952-1956). Manuscrito. [s/d].

Figura 3: Casa São José

Casa São José


As matrículas dessa Escola foram abertas a 01 de março de 1932. Sua vida, no entanto, foi de pouca duração. Talvez até o fim de 1934. Mas a tentativa foi válida.

 

 

2.3 ESCOLA NORMAL E GINÁSIO, ESCOLA TÉCNICA COMÉRCIO SÃO LUIZ E SENAC


Em Brusque ainda faltava um curso normal de 2º Ciclo, o que estava nos planos do governador do Estado, Sr. Irineu Bornhausen. Mas, à comunidade Católica faltava-lhe o cumprimento de uma condição legal: a criação do curso ginasial. E para que isso acontecesse, era preciso, mais uma vez, trabalhar muito. Foram realizadas duas reuniões seguidas na residência das Irmãs da Divina Providência. Na segunda e decisiva reunião, ocorrida no dia 27 de novembro de 1953, estavam presentes o Vigário, Pe. Luiz Gonzaga Steiner, e outros padres, bem como várias personalidades da Comunidade Católica. Foi decidida a criação do Ginásio, e os padres João da Cruz Stüpp e Dorvalino Eloy Koch foram escolhidos, respectivamente, para diretor e secretário do futuro Ginásio e Escola Normal São Luiz.[1]
No dia seguinte, Pe. Luiz Gonzaga Steiner, Pe. D. Koch e o Sr. Lauro Mueller viajaram a Florianópolis a fim de reconhecer as firmas do Relatório de Verificação Prévia do Ginásio. Porém, para obter a assinatura da Madre Superiora, haveria uma condição: que o Sr. Arcebispo fizesse, à Congregação das Irmãs, a doação do terreno do Grupo Escolar Santo Antônio. Os documentos de registro desta propriedade eram exigidos pelo MEC para a referida Verificação Prévia.
Aos 30 de novembro de 1953, Pe. Luiz Steiner viajou para o Rio de Janeiro levando consigo o relatório. Batalhou mais de um mês, junto ao MEC. Em janeiro do ano seguinte, ele voltava com o despacho favorável na pasta. Haveria em Brusque duas Escolas Normais, subvencionadas, porém com uma só verba oficial, dividida entre as Comunidades Católica e Evangélica.
O ano letivo de 1954 iniciou-se assim: na primeira série ginasial, 50 alunos matriculados; na primeira série normal, 27 alunos; no curso de admissão ginasial, 70 alunos. Com a portaria nº 409 de 11 de Junho de 1954, o diretor do ensino secundário concedeu ao Ginásio São Luiz a autorização de funcionamento.
Faltavam, no entanto, professores habilitados para o Ginásio. Mesmo da parte dos padres, porque estudos feitos no Seminário não eram reconhecidos pelo Ministério da Educação. A saída foi uma só: os padres que quisessem lecionar teriam que fazer os cursos da CADES (Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário), os quais eram intensivos, tinham a duração de um mês, e realizados em Florianópolis.
Também faltavam salas de aula. Novamente as Irmãs vieram em socorro: cederam um pavilhão escolar ao Ginásio. Pequeno, mas com espaço para ampliação, a qual esteve sob a orientação do Pe. Anselmo Schmitter scj. A comissão da obra da Igreja Matriz, presidida pelo Sr. Otto Schaefer, lhe dera o necessário apoio. Por motivo de muita chuva, a ampliação do prédio foi se atrasando por mais de um ano, o que fez com que algumas séries ginasiais tivessem de ocupar algumas salas da Casa São José.
Em 1958, a Escola Técnica de Comércio São Luiz foi integrada ao Colégio São Luiz, realizando a sua última formatura em 1986, quando estava sob a orientação do Dr. Pe. Orlando Maria Murphy. Foram 34 anos de relevantes serviços culturais e pastorais prestados à juventude brusquense. O SENAC encerrou seu curso em 1954, pois os alunos daquele ano começaram a dar preferência ao Ginásio São Luiz. O curso de datilografia “Pe. João da Cruz Stüpp” ainda se manteve até 1981, chegando a formar 1231 alunos.[2]
Em 1962, volta para Brusque o Pe. Orlando Maria Murphy, pós-graduado em Filosofia na Europa e, trabalha intensamente para que o Ginásio São Luiz, fosse finalmente reconhecido pelo MEC como Colégio. Sendo reconhecido aos 12 de abril de 1971, através da portaria nº 5/ISES/71, funcionando até os dias atuais.
O Ginásio São Luiz continuou firme, integrando-se ao atual Colégio São Luiz. Pelo mesmo processo passou a Escola Normal São Luiz, funcionando ininterruptamente até 1979. Em 1983, porém, foi reaberta a pedido de 19 candidatas que não haviam completado o curso.  Prosseguindo com o seu trabalho educacional, o Colégio São Luiz, hoje é considerado um dos mais significativos Colégios particulares de Brusque.

2.4. CONVENTO SCJ

 


No período do ano de 1909, o seminário Diocesano de Taubaté, estava dando certo, trazendo muitas vocações para o mesmo, servindo este de inspiração para os Padres Dehonianos, deram a preferência na abertura de um seminário aqui em Santa Catarina, tudo isso porque acreditavam que surgiriam excelentes vocações sacerdotais principalmente nas famílias italianas e alemãs.
O terreno para a construção do Seminário foi comprado, e o mesmo terreno já havia sido utilizado pelos padres da paróquia para deixarem pastar os seus animais de montaria. Não sendo o terreno plaino, os seminaristas, com muito esforço, conseguiram fazer a terraplanagem manual e braçal.
O projeto do seminário era de três pavimentos. Para a sua construção Padre Germano Brand scj, lançou mão de vários recursos. E, em 12 de setembro de 1923, é lançada a Pedra Fundamental do primeiro Seminário Menor, denominado por ele de Collegio Sagrado Coração de Jesus. Em busca de formação seminarística, destinando o colégio ao curso pré-ginasial masculino. De acordo com o Art. 1º do Estatuto da Sociedade Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus a instituição é predisposta a: “instrucção do povo por meio da creação de collegios gymnasios e seminários e a manutenção de serviços parochiaes”[3]
Em 1925, com as portas abertas, o Seminário acolhia 25 seminaristas. O seminário Menor de Brusque, no período de 1924 a 1931, teve três diretores: Padre Lourenço Foxius scj (1924 - 1925), Padre Guilherme Thoneik scj (1926 - 1928), e Padre Germano Brand scj (1929 - 1931).
Para a manutenção do Collegio SCJ foi adquirido uma chácara e fundou-se a Tipografia Sagrado Coração, permanecendo no mercado por quase 10 anos (1928-1938), imprimindo mensalmente a Revista “Der Wegweiser” (Indicador de Rumo) veiculando sobre assuntos de educação e cultura. Tinham assinantes em Brusque e em colônias alemãs do litoral catarinense, atingindo inclusive os estados vizinhos: Paraná e Rio Grande do Sul. Desde seu 1º número até o último, em 1938, insistia em veicular o seguinte convite: “Você teria vocação? Moços de 18 a 30 anos, desde que de boas famílias, e querendo consagrar-se ao Serviço de Deus na Congregação SCJ, [...], serão bem vindos [...]”.
Todos esses trabalhos, estudos, dedicação e sacrifícios, nos dão prova de que, realmente, a esperança dos padres estava no seminário de Brusque. Em contrapartida, diminuía o espaço no Seminário de Brusque e crescia o número de alunos. Durante os anos de 1927 e 1928, Padre Germano Brand se viu na necessidade de ampliar o Seminário. Após muitas conversas, análises e procura por terreno, decidiu-se em construir na cidade de Hansa Humboldt, atual Corupá, localizada ao norte de Santa Catarina, um prédio com arquitetura estilo gótico-romano, com amplo espaço para que os seminaristas residissem e estudassem até o ensino colegial.
Sendo assim o Collégio SCJ foi transferido para Corupá em 1932, e passa a denominar-se Escola Apostólica Sagrado Coração de Jesus, atualmente conhecido como Seminário de Corupá. O antigo prédio de Brusque passou a ser Casa de Noviciado e Seminário Filosófico, transferido de Taubaté para Brusque, tendo sua aula inaugural do curso de Filosofia em fevereiro de 1933, com o professor doutor Pe. Roberto Bramsiepe scj. O curso de filosofia é oferecido até os dias de hoje pela Faculdade São Luiz.


[1] KOCH, Dorvalino. Convento SCJ: contribuição à história da província e de Brusque (SC) 1903-1993. São Paulo: Aparecida, 1996.
[2] KOCH, Dorvalino. Crônicas Escolares Católicas (1952-1956). Manuscrito. [s/d].
[3] CONGREGAÇÃO DOS SACERDOTES DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Estatuto da Sociedade CSCJ, 1928, p. 3.


Figura 4: Collegio SCJ/Convento SCJ I (Brusque) (1924)

Figura 5: Escola Apostólica SCJ de Corupá (1932)


Em agosto de 1938, providenciou-se o projeto da construção do Convento II (só a primeira ala), sob a direção e competência artística do Padre Roberto Bramsiepe. Mas para que isso acontecesse, durante dois anos, o Padre Roberto, se dedicou à coleta de contribuições. E logo depois de abrirem o “Livro de Ouro”, começou-se a preparação para iniciar a construção da nova casa. O ainda Superior Provincial, Padre Pedro Storms scj presidiu a benção da pedra fundamental. E a pedra é lançada para a construção do Convento II –1 em 13 de maio de 1940. E em 28 de junho de 1942, inaugurou-se a nova casa de oração.
Temos então, a primeira e a segunda construção. Para melhor distingui-los, temos o Convento I – 1 e I – 2 (cf. figura: 7), e Convento II – 1 (cf. figura: 8), como mostra a foto abaixo:
Figura 6: Convento I – 1 e I – 2, anos 30

 Figura 7: Convento II – 1, anos 40.

Padre Germano Brand

Padre Roberto Bramsiepe


No período de 1949 a 1951, o seminário filosófico foi transferido para Taubaté/ SP, isso para que se efetuasse a reforma e ampliação do Convento, que daria o inicio do Convento II-2. E no começo de 1951, foi feito à inauguração do Convento II-2, e efetua-se a vinda dos frateres para Brusque novamente.


Figura 8: Convento II – 2


Mas os padres pesquisaram muito, para que se achasse uma outra casa que pudesse apenas abrigar os noviços. E após muito esforço, Padre Aloísio e Padre Tarcísio foram encarregados de estudar várias soluções para este problema. E em 1956, o Noviciado de Brusque foi efetivamente transferido para Jaraguá do Sul.
Numa reunião regional dos Padres de Brusque (15/09/1969), aprovou-se um projeto de construção do Convento III-1. Em 1970, a construção foi iniciada a todo vapor. A execução da obra coube ao Padre Mathias Engel. De modo que já, em 1972, era inaugurada a nova construção, que deu origem ao Convento III-1.
Figura: Convento III -1
Figura: Convento III – 2, anos 70

Em menos de dois anos, o Convento se tornara pequeno para o tanto número de vocações, e o Governo Provincial se reuniu, mais uma vez, com a comunidade dos Padres de Brusque em 1974, a fim de tratar como seria feita a construção do Convento III-2.
Os trabalhos da nova Construção tiveram início no mês de maio de 1974 e em meados, do ano seguinte, estava erguido o Novo Prédio, que continua até os dias de hoje.
Tudo isso nos faz ver que desde os primórdios, na década de 1904 até hoje em nossos dias é crescente o esforço e trabalho dos Religiosos SCJ para garantir uma sólida formação religiosa e intelectual a quem aspira ou faz parte desta congregação, sejam trabalhos realizados na Paróquia São Luiz Gonzaga ou nos serviços prestados no Colégio São Luiz, e em seus dois seminários de Brusque: Casa Padre Dehon e Convento SCJ.



REFERÊNCIAS CONSULTADAS

CONGREGAÇÃO DOS SACERDOTES DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Estatuto da Sociedade CSCJ, 1928.

DIRKSEN, Valberto. Presença e Missão Dehoniana no sul do Brasil (1903-1913): Os Pioneiros. Florianópolis: Lagoa, 2004.

LINDGENS, Pe. Henrique. A visita do Bispo a Brusque. In: DIRKSEN, Valberto. Presença e Missão Dehoniana no sul do Brasil (1903-1913): Os Pioneiros. Florianópolis: Lagoa, 2004.

KOCH, Dorvalino. Convento SCJ: contribuição à história da província e de Brusque (SC) 1903-1993. São Paulo: Aparecida, 1996.

___. Crônicas Escolares Católicas (1952-1956). Manuscrito. [s/d].

LUX, Pe. Gabriel; FOXIUS, José. Relato de viagem dos padres Lux e Foxius. Trad. Pe. Eloy Dorvalino Koch,1903, p. 2.

SCHMITT, Pe. José Francisco. Dehonianos no sul do Brasil: 100 anos de presença e missão – 1903-2003. São Paulo: Nywgraf, 2003.

STUEPP, Pe. João da Cruz. Grupo Escolar Santo Antônio e Curso Normal Regional “Luiz Sanches Bezerra da Trindade”. In: ÁLBUM DO CENTENÁRIO DE BRUSQUE. Edição da Sociedade Amigos de Brusque, 1960.


THONEICK, 1935

Colégio São Luiz

Casa Padre Dehon

Convento Sagrado Coração de Jesus

Faculdade São Luiz





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