Nasceu em Brusque, SC, a 19 de setembro de 1943, filho de Oscar e Olga Krieger. Dom Murilo teve a vocação sacerdotal despertada ainda quando criança. Estudou nos Seminários da Congregação dos Padres do sagrado Coração de Jesus: 1º e 2º grau em Corupá – SC (1956 a 1962); Filosofia em Brusque – SC (1964 – 1965) e Teologia em Taubaté – SP (1966 – 1969). Licenciou-se em Letras em São Paulo (1972) e estudou Espiritualidade em Roma (1980). Fez os votos religiosos a 02 de fevereiro de 1964 e foi ordenado sacerdote a 7 de dezembro de 1969 em Brusque, SC. Dom Afonso Niehues foi quem presidiu sua ordenação presbiteral.
O início de seu ministério pastoral foi em Taubaté – SP, onde trabalhou na Paróquia S. Coração de Jesus (1970) e com os jovens do Movimento Shalom: (especialmente1971 – 1973), por ele fundado. De 1974 a 1979, ainda em Taubaté, foi Reitor do Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus. Em julho de 1981 foi nomeado Superior Provincial em sua Congregação, cargo que ocupou até 1985, quando o papa João Paulo II o nomeou Bispo Auxiliar de Florianópolis. Escolheu como lema episcopal: “Deus caritas est” (Deus é Amor) (1Jo 4,16).
Ordenado Bispo por Dom Afonso Niehues em Brusque, SC, a 28 de abril de 1985, exerceu seu ministério episcopal na capital catarinense como Bispo Auxiliar de seu ordenante até março de 1991 e alguns meses com seu confrade Dom Eusébio Oscar Scheid. A 8 de maio de 1991, o Papa João Paulo II o nomeou Bispo da Diocese de Ponta Grossa, tomando posse da mesma no dia 22 de julho de 1991. No dia 07 de maio de 1997 foi divulgada a sua nomeação para Arcebispo da Arquidiocese de Maringá, tomando posse da mesma no dia 11 de julho de 1997.
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Bula de Nomeação (para a Diocese de Ponta Grossa)
JOÃO PAULO II, Bispo, Servo dos Servos de Deus
Ao venerável Irmão MURILO SEBASTIÃO RAMOS KRIEGER, até agora Bispo titular de Lisínia e Auxiliar da arquidiocese de Florianópolis, transferido para a Sé Catedral de Ponta Grossa, saudação e bênção apostólica. Compete ao Romano Pontífice assumir diligentíssimo zelo para com cada Igreja Particular e, no caso de vacância, providenciar para ela a eleição de um digno Pastor. Como devesse, com efeito, ser provida a Sede de Ponta Grossa, vaga pelo falecimento de Geraldo Micheletto Pellanda, de feliz memória, julgamos-te, Venerável irmão, ornado de notórias virtudes, idôneo para destiná-lo ao governo dessa Sede. Consultada, pois, a Congregação para os Bispos, Nós, no uso de nossa autoridade Apostólica, desligamos-te do vínculo com a Sede Titular de Lisínia e do ofício a que nos referimos, e te nomeamos, com todos os direitos e deveres, Bispo da Diocese de PONTA GROSSA. Dispensamos-te, ainda, da renovação da profissão de fé católica; deves, porém, prestar o juramento de fidelidade a Nós e aos Nossos Sucessores, diante de qualquer Bispo de fé íntegra, e enviar, sem demora, à Congregação para os Bispos, a ata testemunhal, assinada e carimbada, conforme o costume. Mandamos, além disso, que esta Nossa Bula chegue ao conhecimento do teu clero e do teu povo; a esses diletíssimos filhos exortamos para que, observantes solícitos da fraterna caridade, estejam sempre unidos a Ti. Finalmente, Venerável Irmão, busca ser todos os dias, no exercício do gravíssimo ofício episcopal, totalmente confiado em deus e fiel a Ele, um incansável arauto da palavra de Deus, de tal modo que os fiéis a ti confiados, conforme as palavras de Santo Agostinho, “ouvindo, creiam; crendo, esperem. E, esperando, amem”. (Cf. “De catech. Rudib.” 4, S: PL 40.316). A graça e a paz de Deus estejam sempre contigo e com todo o clero e o povo de Ponta Grossa, a quem, lembrados com ânimo verdadeiramente paterno e com muita satisfação, por ti, abençoamos. Dada em Roma, junto de São Pedro, aos oito dias do mês de maio do ano do Senhor de mil novecentos e noventa e um, décimo terceiro de Nosso Pontificado.
(ass.) João Paulo II, Papa (ass.) Marcelo Rossetti, Pronotário Apostólico
Ata de Tomada de Posse
Aos vinte e dois dias do mês de junho de mil, novecentos e noventa e um, às nove horas e trinta minutos, na Igreja Matriz de São Sebastião, na cidade e Diocese de Ponta Grossa, na presença do Exmo. e Revmo. Sr. Dom Pedro Antonio Marchetti Fedalto, Arcebispo Metropolitano de Curitiba, do Exmo. e Revmo. Sr. Dom José Alves da Costa, Administrador Diocesano de Ponta Grossa, dos demais senhores arcebispos e bispos presentes, na presença ainda dos membros do Colégio de Consultores da Diocese, dos demais sacerdotes, religiosos e concorrida participação de fiéis, tomou posse como bispo diocesano de Ponta Grossa o Exmo. e Revmo. Sr. Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj. No início da cerimônia, após a apresentação do novo bispo, feita por Dom Pedro Fedalto, este pediu-me que desse conhecimento a todos os presentes da nomeação canônica de Dom Murilo Sebastião Ramos krieger para bispo da Diocese de Ponta Grossa, lendo o documento emanado da Nunciatura Apostólica no Brasil, uma vez que as Letras Apostólicas de nomeação, emanadas do Vaticano, não chegaram a tempo. Após a leitura do documento, Dom Pedro Fedalto deu posse ao novo bispo diocesano, que presidiu à Solene Concelebração Eucarística. Após o Evangelho o novo bispo recebeu homenagens e manifestações de obediência e colaboração por parte dos representantes do clero, dos religiosos e dos leigos. A seguir respondeu a tais saudações, dirigindo pela primeira vez a sua palavra de pastor aos seus novos diocesanos. Concluída a celebração, aconteceu a despedida de Dom José Alves da Costa, até então Administrador Diocesano e nomeado bispo diocesano de Corumbá, Mato Grosso do Sul. Para constar foi lavrada a presente ata, que vai por mim assinada, Pe. Francisco Salache, Chanceler do Bispado, bem como por Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, novo bispo diocesano de Ponta Grossa, e ainda por todos os demais senhores arcebispos e bispos presentes, pelos membros do Colégio de Consultores e por representantes dos fiéis leigos. Ponta Grossa, vinte e dois de junho de mil, novecentos e noventa e um.
Pe. Francisco Salache
Dom Murilo S.R. Krieger, scj.
Dom Geraldo M. Agnelo, Arcebispo de Londrina
Dom Pedro Fedalto, Arcebispo de Curitiba
Dom Moacir J, Vitti, Bispo Auxiliar de Curitiba
Dom José Alves da Costa, DC, Bispo eleito de Corumbá
Dom Luiz Colussi, Bispo de Caçador, SC
Dom Albano Cavallin, Bispo de Guarapuava
Dom Alfredo Novak, Bispo de Paranaguá, PR
Dom Lúcio Ignácio Baumgaertner, Bispo de Toledo
Dom Domingos Wisniewski, Bispo de Apucarana
Dom Walter M. Ebejer, OP, Bispo de União da Vitória
Dom Getúlio Teixeira Guimarães, Bispo de Cornélio Procópio
Dom Virgílio de Pauli, Bispo de Campo Mourão
Dom Conrado Walter, SCA, Bispo de Jacarezinho, PR
Dom Oneres Marchiori, Bispo de Lajes, SC
Dom Rubens Spínola, Bispo de Paranavaí, PR
Dom Henrique Müller, OFM, Bispo de Joaçaba
Dom Nelson Westruppp, Bispo eleito de São José dos Campos, SP
Dom Efraim B. Krevey, Eparca Ucraniano, Curitiba, PR
Pe. Agostinho Antonio Rutkoski, Colégio de Consultores
Dom Eusébio Oscar Scheidt, scj, Arcebispo de Florianópolis, SC
Pe. Jaime Rossa, Colégio de Consultores
Pe. José Sniegovski, Colégio de Consultores
Dom Armando Círio, Arcebispo de Cascavel
Pe. Pedro Gavlak, Colégio de Consultores
Dom Jame Luiz Coelho, Arcebispo de Maringá
Pe. Sílvio Mocelin, Colégio de Consultores
Dom Afonso Niehues, Arcebispo Emérito de Florianópolis
Maria Teresinha Merico
Otto Cunha
Marcos Aurélio Ramos Krieger
Davi Pilatti Montes
Pedro Wosgrau Filho
Plauto Miró Guimarães Filho
Discurso de Despedida
Extraído da sua última participação na coluna “Palavra do Pastor”, do Informativo da Diocese de Ponta Grossa (Junho/Julho 1997), escreveu:
“No próximo dia 11 de julho, na Catedral de Maringá, estarei assumindo uma nova responsabilidade na Igreja: passarei a ser o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Maringá. Não estava em meus planos esse passo. Ao assumir a Diocese de Ponta Grossa, a 22 de junho de 1991, pensava que aqui passaria o resto de meus anos. E não faltavam nem planos nem sonhos para o tempo de vida que Deus ainda me desse. Preciso levar em conta, porém, que, quando era Bispo Auxiliar de Florianópolis, também não estava em meus planos vir um dia para esta Diocese. Vim para fazer a vontade de Deus. Nada conhecia nada dessa região. E, nesses seis anos de contatos, encontros, reuniões e visitas pastorais, tive muitas e grandes alegrias. É essa a recompensa para quem procura servir á Igreja.
Agora que me preparo para partir, começo a avaliar melhor a graça de ter vindo para cá. Conheci um povo de uma fé sólida; encontrei famílias que tocaram profundamente meu coração pelo exemplo de sua vida cristã; testemunhei de perto o amor dos sacerdotes pelo Reino de Deus; emocionei-me com a dedicação de religiosos e religiosas por menores abandonados e meninas de rua, por alcoólatras e drogados, por crianças, adolescentes e jovens; tive vontade de aplaudir o entusiasmo de muitos leigos e leigas na catequese paroquial, nos movimentos e associações, nas pastorais e em iniciativas pessoais.
Aqui, na Diocese de Ponta Grossa, pude experimentar, sob outros ângulos, a verdade que o apóstolo e evangelista S. João resumiu de maneira tão feliz, e que, doze anos atrás, escolhi como lema episcopal: “Deus é Amor!” (1Jo 4,16). É seu amor que age no coração dos pais e na obediência dos filhos: é ele que converte e transforma corações; é ele que dá força aos doentes na sua dor e capacidade de sacrifício aos que enfrentam e levam pesadas cruzes. “Deus é amor!”. Vi isso nos olhos de crianças que se aproximavam de mim para pedir: “A bênção, seu bispo”. Descobri essa verdade em jovens que me diziam: “Quero ser padre!”. Experimentei a riqueza dessa afirmação quando pessoas simples e pobres me diziam: “Como Deus é bom”. Presenciei isso nas celebrações que presidi em inúmeras comunidades diocesanas que pude visitar. Celebrando em grandes igrejas ou em pequeninas capelas, em igrejas belíssimas ou em humildes barracões, experimentei fortemente que “Deus é Amor!”. Próximo de minha partida, percebo que a verdade dessa afirmação está ainda mais fortemente gravada em meu coração.
É por isso que lhes digo, amigos, irmãos e irmãs: “Obrigado, Diocese de Ponta Grossa! Obrigado, muito obrigado!”. Vocês me ensinaram muito. A proximidade de minha saída desta Diocese dá-me o direito de fazer-lhes alguns pedidos: mantenham firme a fé que receberam de seus pais! Cultivem com grande carinho a oração e a leitura da Palavra de Deus em família! Jamais percam a devoção a Nossa Senhora! E, por fim, que a Eucaristia esteja sempre no centro de suas vidas. Acontecendo isso, todo o resto encontrará o seu devido lugar.
Minha bênção para cada comunidade, para cada família, para cada pessoa. Não será demais repetir: “Obrigado, Diocese de Ponta Grossa! Obrigado, muito obrigado!”.
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Dia 20 de fevereiro de 2002 foi nomeado Arcebispo de Florianópolis, assumindo essa Arquidiocese dia 27 de abril de 2002.
Em 2006, organizou o 15º Congresso Eucarístico Nacional. Dia 12 de janeiro de 2011, o Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo de São Salvador da Bahia, Arquidiocese Primaz do Brasil. Sua posse naquela Arquidiocese aconteceu no dia 25 de março de 2011.
É autor de vários livros, escreve em revistas e jornais e tem programas na televisão, sempre com o intuito de evangelizar.
Obras publicadas
Dentre as obras publicadas, destacam-se: Shalom: A Paz ao Alcance da Juventude (Loyola); O Primeiro, o Último, o Único Natal (Loyola); Com Maria, a Mãe de Jesus (Paulinas); Um mês com Maria(Paulinas); Anunciai a Boa Nova (Canção Nova).
Fontes:
ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS. Disponível em: http://arquifln.org.br/4o-arcebispo-dom-murilo-sebastiao-ramos-krieger-scj-2002-2011/. Acesso em 10. jun. 2015.
ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ. Disponível em: http://arquidiocesedemaringa.org.br/bispos/dom-murilo-sebastiao-ramos-krieger-scj-segundo-arcebispo-de-maringa/. Acesso em 10. jun. 2015.
ARQUIDIOCESE DE SALVADOR. Disponível em: http://arquidiocesesalvador.org.br/site/?page_id=289. Acesso em 10. jun. 2015.
DIOCESE DE PONTA GROSSA. Disponível em: http://www.diocesepontagrossa.com.br/index.php?setor=HISTDIOCESE07. Acesso em 10. jun. 2015.
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